Cada leitor de Tarot é diferente e tem a sua forma de chegar às respostas e, muitas vezes o que determina a sua experiência e capacidades é o esforço e empenho que dedica à sua aprendizagem, mais do que o tempo de prática. Mas o que considero mais importante ainda é que cada leitor encontre a sua individualidade numa arte que se começa expandir cada vez mais.
Essa individualidade tem relação directa com várias questões, como o percurso de vida da pessoa, nomeadamente da sua área de formação e trabalho, as suas crenças e, acima de tudo, o primeiro contacto com o Tarot e como desenvolveu a sua aprendizagem. No meu caso, acho que tive sorte. Primeiro não tinha em mim qualquer tipo de crença que infuenciasse a minha relação com as cartas, estava aberta a tudo. Com um percurso artístico, ser criativa e intuitiva na percepção da informação sempre fez parte da minha personalidade, ser rato de biblioteca, ter uma relação estreita com a literatura e trabalhar na área cultural trouxeram-me aprendizagem e referências que enriquecem as minhas leituras. Mas só as enriquecem porque tive a sorte de esbarrar com 2 gurus do Tarot logo no início da minha aprendizagem que me ensinaram a importância de olhar para as cartas de todos os pontos de vistas além dos seus significados tradicionais, usando a criatividade e através dessas nossas referências e das nossas próprias experiências de vida.
A partir daqui, foi ir juntando peças, ler várias interpretações diferentes dos significados das cartas, principalmente de pessoas com crenças distintas, lendo interpretações de outros leitores e questionando tudo, no sentido de perceber o que é que de novo me surgia daquelas ideias. E, por volta dos meus 4 meses de prática comecei a perceber que as minhas leituras se desviavam um pouco da maioria das interpretações que ia encontrando em leituras comuns. Isto para mim foi importante porque a razão pela qual continuava a seguir os mesmos dois os gurus era essa, ambos olhavam as cartas de outras perspectivas, em vez de "se essa carta apareceu aí significa isto porque os livros dizem que o significado é esse". Depressa descobri que essa lógica não me servia e que cada carta contém em si muito mais do que o que a sua superfície diz. Cada carta não é sozinha, mas sim parte de um todo e o seu significado depende disso, ela pode aparecer apenas para nos dar uma pista, seja um cenário, o significado de uma cor, a presença de um objecto ou até um número.
O que me leva à Numerologia, uma arte que descobri através do Tarot e que me fascina. Mas se quiser saber mais sobre isso, explico-o aqui.
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